Tempo Perdido
- 23 de abr.
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Perdi meus dias no percurso,
Pensando ter muito a ganhar.
Fiz do temor meu recurso,
Deixei a vida passar.
O relógio marcou o vazio,
Promessas que não cumpri.
Nos meus olhos, um mar tão frio,
De sonhos que nunca vi.
O que resta senão o pranto
Do tempo que não usei?
Um lamento que é espanto,
Do que nunca encontrei.
As horas viraram poeira,
Guardadas dentro de mim.
Minha voz, fraca e alheia,
Se cala ao ver o fim.
Agora o silêncio responde,
Sussurra o que eu não quis ver.
No passado o que se esconde
É tudo que eu podia ser.
Escrevi este poema especialmente para a Antologia Sobre o Tempo – Volume V, e talvez ele seja um pouco íntimo: “Perdi meus dias no percurso”. O poema nasceu do silêncio daqueles instantes em que nos damos conta de que o tempo não espera. É uma reflexão sobre ausências: do que não vivemos, do que adiamos por medo, do que deixamos escapar acreditando que haveria tempo depois. Fala do vazio que o relógio deixa quando, ao olhar para trás, percebemos que o que nos faltou não foi oportunidade, mas coragem. É um alerta suave — porque o tempo pode até ser generoso, mas nunca é infinito.
Que a graça, a paz e o tempo encham a vida vocês.
Carinhosamente, Adriana Costa Reis.





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